A urbanização acelerada, a metropolização, a crise climática e as transformações econômicas e tecnológicas das últimas décadas revolucionaram a profissão do Arquiteto e do Urbanista.
Essas transformações redobraram a necessidade de desenvolver a criatividade e a capacidade de inovação do Arquiteto e do Urbanista, proporcionadas por uma extensa prática profissional e por uma formação do gosto aprofundada, adquirida através do estudo da História da Arquitetura, da História da Arte e da Estética.
As novas tecnologias forneceram novas ferramentas indispensáveis ao trabalho do Arquiteto e do Urbanista como os softwares de design assistido e paramétrico, de modelagem em 3D, de criação, edição e animação de imagens.
Abriram-se novas possibilidades de articulação entre a Arquitetura, o Urbanismo, o Paisagismo e o Meio Ambiente, com a criação de projetos mais integrados e sustentáveis.
A sólida formação nos fundamentos técnicos da Engenharia Civil passou a ser acompanhada pela preocupação com a viabilidade econômica dos projetos e pelo conhecimento dos novos materiais e das novas tecnologias empregadas pela indústria da construção civil, do mobiliário etc. Só assim o Arquiteto e o Urbanista do futuro podem conceber espaços comerciais, áreas urbanas, edifícios inteligentes que ampliem a qualidade de vida dos ocupantes.
A integração das diversas disciplinas e a articulação entre teoria e prática se tornaram fundamentais para desenvolver um profissional com visão holística da Arquitetura e do Urbanismo, capaz de compreender os caminhos da transformação social e urbana.
Talvez as cidades inteligentes (smart cities) sejam a melhor síntese dos novos rumos da profissão, representando a interseção entre Arquitetura, Urbanismo, novas tecnologias e qualidade de vida.
Pense na criação e no desenvolvimento de sistemas de transporte integrados e eficientes, no uso de veículos autônomos e compartilhados, na infraestrutura para bicicletas e pedestres capaz de unir sustentabilidade e qualidade de vida. Ou nas redes de comunicações, de sensores e de Internet das Coisas (IoT), na integração de fontes de energia renovável, na coleta e reciclagem de resíduos, no monitoramento contínuo da qualidade do ar e da água, nas câmeras e sensores para melhorar a segurança pública, nos sistemas de alerta e de resposta para desastres naturais e outras emergências.
As cidades inteligentes exigem que o Arquiteto e o Urbanista saibam coletar, utilizar e analisar grandes volumes de dados tanto para a gestão urbana como para o desenho inteligente de espaços urbanos que promovam a interação social e o desenvolvimento sustentável.
No Brasil, o caos das grandes cidades vem exigindo um número cada vez maior de Urbanistas capazes de enfrentar esses problemas com criatividade e técnica.
Como aprimorar a qualidade de vida em cidades com infraestrutura deficiente em meio à especulação imobiliária, à ocupação irregular e a favelização? Como ampliar os espaços de lazer e cultura?
Como melhorar a mobilidade urbana, a segurança pública e o acesso a serviços básicos como eletricidade, gestão de resíduos sólidos, saneamento e água?
Como enfrentar a degradação ambiental, garantir a sustentabilidade e prevenir desastres naturais e climáticos?
Como garantir a participação cidadã, a inclusão social e acessibilidade a todos?